Quando olhamos para o outro como alguém diferente, não sentimos a nossa diferença do mesmo modo, mas num outro patamar, o de uma diferença hegemônica e etnocêntrica. Fazemos isso porque vemos através de conceitos e preconceitos já estabelecidos, e não apenas com os olhos. E a anormalidade e a deficiência, bem como os artefatos culturais que sustentam ambas, são fabricações que não só toldam nossa visão dos outros como também nos tornam estranhos e reféns de nossos olhos. Ora, a diferença não existe senão no plural. Não em relação a uma norma ou ao melhor exemplar, mas por referência à singularidade de todos os sujeitos, em interação e sem exceção. A leitura desta obra é uma aliciante viagem de descoberta e de libertação das amarras do nosso olhar.