Este livro resgata experiências pioneiras de televisão comunitária no Brasil desde aquelas que se configuraram como TVs de Rua, exibidas em telões e em praças públicas, até os novos modos de fazer TV, os canais comunitários na TV a cabo. A autora enfatiza a participação social na programação e na gestão desses canais. Mostra como a televisão comunitária se estrutura, além de identificá-la como um novo formato de meio de comunicação público. Ela se diferencia dos modelos tradicionais de televisão comercial e público-estatal caracterizando-se como um lugar de acesso comunitário e conseqüente partilha do poder de informar, educar e divertir a partir de fontes e conteúdos não priorizados pela grande mídia. Para a autora, as severas críticas feitas à TV comunitária por pertencer ao elitista sistema cabo de televisão não deixam de ter razão, mas trata-se de um processo que tem também aspectos positivos: entre eles, a ocupação de espaço no espectro televisivo por entidades da sociedade civil sem fins lucrativos, o que democratiza a comunicação e institui um modo de propriedade coletiva no sistema televisivo nacional. Como diz Cicilia Peruzzo, "a criação dos canais comunitários na TV a Cabo, mesmo sob contradições, significa um passo significativo na democratização do acesso das organizações civis de interesse público aos meios de comunicação na condição de protagonistas de mensagens e programas, além de gestoras de canais de televisão".