Todo mundo não vê o mesmo céu, mas mesmo os indianos conhecem Homero." - Díon Crisóstomo Que sentido pode ter para nós, neste começo de novo milênio, a evocação do mítico poeta Homero? O sentido de uma memória cultural profunda, responderemos, se pensarmos no uso corriqueiro de frases como ´Tomei um porre homérico´, ´Foi uma odisséia´, ´Isso é um presente de grego´. Por trás desses lugares comuns do linguajar cotidiano brasileiro, encontra-se uma tradição milenar de fruição e crítica das duas obras-primas da épica helênica. Metamorfoses de Homero, um estudo da recepção da Ilíada e da Odisséia na cultura européia setecentista, descortina alguns meandros dessa rica tradição, mostrando as razões da sua vitalidade.