Ano após ano, milhares de peregrinos percorrem a pé as estradas que separam a sua casa do Santuário de Fátima. Este singular comportamento deste tipo de peregrinos que decidem percorrer o caminho a pé, preterindo qualquer meio de transporte, é frequentemente alvo de diversos discursos e interpretações, particularmente de padres e de jornalistas. Este trabalho pretende abrir caminho na compreensão das peregrinações a pé a Fátima numa perspectiva antropológica. Da forma de abordagem do tema sobressai, por um lado, o estudo das práticas dos peregrinos caminhantes durante o percurso, no Santuário e no regresso; e por outro, o estudo das crenças implícitas nestas práticas e que passam pela invisível, mas determinante promessa à Senhora de Fátima.