Ser poeta, ser compositor, ser artista do país em que vivemos é ser resistência. Resistência cultural, relevante resistência cultural. Um país que, em pleno 2021, iniciando a terceira década do século XXI, não possui nas políticas públicas um projeto de educação. Com um governo que domina o estado de forma fálica, que abomina artistas e suas estrepolias. Que abomina poemas poéticos ou literais. Que abomina o que não entende; em que se ignoram a filosofia, a poesia e a antropologia; que não entende de fato nada. Delírio suburbano é crer que vale ser o que sou. E me atrever a me apresentar e resistir através da arte. Artimanha de um artista que prefere Paulo Freire e Rubem Alves, Rubem Fonseca e Chico Buarque, a armas; a gestos nas mãos de crianças. Prefiro o sorriso e a pureza do não sei. E para isso serve a minha narrativa um conjunto de não sei. Obrigado por investir um tempo em conhecer algo que parece a vista deles tão inútil. Assim mudaremos nosso país: poesia em vida nobre (...)