Em Salvador, quatro mulheres filhas de Iemanjá são entrevistadas, desenhadas, filmadas e fotografadas dentro e fora de suas respectivas casas de santo, no propósito de oportunizar a emergência de suas histórias e também realçar a imagem de uma das mais admiráveis expressões religiosas e culturais do Brasil: o candomblé. Por meio de contornos, cores, formas e tons dos desenhos das danças de Iemanjá, o leitor pode conhecer melhor os enunciados corporais e demais elementos culturais ali presentes. Estes, por muito tempo, não tiveram visibilidade nas páginas da história do País, estando sempre à margem daquilo que o poder hegemônico ensejava, por pertencerem a uma das camadas dominadas, pouco abastadas e por isso donas de uma cultura silenciada ao longo do processo histórico brasileiro.