O fio condutor do livro é um diálogo entre uma psiquiatra e seu paciente. A médica procura saber do paradeiro de Elsa, companheira desaparecida do paciente, e ele procura fazê-la entender o Deus Árvore. O real e o onírico se fundem não apenas na narrativa, mas em intervenções de figuras na própria mancha do texto, como que saltadas da cabeça do paciente para o papel. Ao redor dessa situação concreta, vai se formando uma constelação de pequenas estórias e temáticas na qual fica cada vez mais difusa a fronteira entre o racionalismo discursivo, que disseca por igual sujeito e objeto, e a visão alucinada de quem procura o reencantamento de um mundo sem divindades. O autor consegue aliar ousadia e rigor numa fábula moderna que fica entre o psicodélico e o branco de quatro paredes de um sanatório.