Ao caminhar pelas ruas de Valparaíso, no Chile, deparei-me com um instigante cartaz afixado na entrada da ‘Defensoria Penal Pública’: ‘Uma boa sentença é demasiado dura para a mandíbula do tempo e milhares de anos não lograriam devorá-la, ainda que todas as épocas dela se alimentem’. Entretanto, o que é uma boa sentença? ‘Cada caso, é um caso’ e um primeiro requisito para que a análise seja relevante é que quem a examina tenha suficiente profundidade, acuidade e maturidade jurídica. Elisa Resende Bueno da Fonseca aceitou o desafio de examinar uma das mais relevantes decisões da Corte Internacional de Justiça (CIJ) até a atualidade: o Caso das Imunidades Jurisdicionais do Estado (Alemanha v. Itália - Grécia interveniente). (...) A análise não se restringiu a decisão proferida pela maioria dos juízes da CIJ no caso Alemanha v. Itália e aos votos individuais e dissidentes. Elisa também se debruçou sobre obras históricas e documentos. O resultado foi uma rica contextualização e uma cuidadosa leitura do caso, num trabalho bem concatenado, fluido e transdisciplinar.