Marina Tsvetáieva (1892-1941) está entre os maiores escritores do século XX. Seu destino, entre os mais trágicos. A Revolução de Outubro. O longo exílio. Uma filha que morre de fome, a outra deportada para o Gulag. A hostilidade da emigração russa, a indiferença da Paris literária. Uma correspondência apaixonada com Rilke e Pasternak. Os apelos desesperados que ela dirige a Beria e a Stálin... até sua própria morte - sobre tudo isso Marina escreveu, de forma minuciosa e tocante. Para estabelecer uma autobiografia verdadeira e também um retrato das reflexões de Tsvetáieva sobre a criação literária, Todorov selecionou, em Vivendo sob o fogo, os trechos mais significativos dos dez volumes de escritos íntimos da autora. Ao longo de toda a vida, a descrente Marina não pára de se confessar - nas cartas aos amigos próximos ou a desconhecidos, nos cadernos de notas, em seus diários. Apenas a morte brutal impediu-a de juntá-los num livro.