Um bom homem, bancário dedicado ao seu trabalho, bastante misterioso e introspectivo, vive uma vida secreta. Ao mesmo tempo em que é apenas mais um cidadão perdido em meio ao cotidiano de uma grande cidade, das demandas de trabalho e da construção de afetos com os que estão ao seu redor, ele apresenta uma característica no mínimo peculiar. O protagonista de Caronte também é um justiceiro, mas não um personagem como aqueles que vemos com frequência em textos e filmes sobre vigilantes. Este homem é acompanhado e atormentado por aparições que buscam vingança. Como a criatura da mitologia grega, é um ser que vive entre o mundo dos vivos e o dos mortos. Seus atos são influenciados pela necessidade de ajudar desconhecidos, da mesma maneira que pela vontade de, em algum momento, se livrar desse fardo. Ele é apenas um instrumento, um meio para a reparação dos que já se foram. E, se não bastasse toda a pressão daqueles que buscam seus serviços, existem feridas abertas de uma vida (...)