Este livro foi concebido lá pelo ano de 1989, e seu primeiro rascunho foi escrito em seguida. Desde então, mas com intervalos de tempo, foi reescrito/revisado, até início de 2007. Uma revisão gera a necessidade de uma nova revisão, tendendo ao infinito. Então, que vá assim mesmo. Classes de luta é uma ficção que pretende ser um pequeno painel social. A história passa em São Paulo. Na verdade, são histórias (lutas) aparentemente distintas, mas interligadas. A personagem Beretriz (ou Berê) faz essa ligação. Meu interesse maior foi pelas subjetividades que se ocultam sob diversificadas tinturas desse painel. Se, em algum nível, consegui desvendá-las, é o que gostaría de saber. Segundo ouvi de um analista de literatura, na ficção contemporânea predomina um outro tipo de narrativa: foca-se, caleidoscopiamente, fragmentos de realidade ficcional, e sem ordem de tempo nem lugar. Isso, aliás, faz lemnrar a física Quântica, já centenária... Mas em literatura tudo pode surgir, sumir e reaparecer, e até conviver: nada está sepultado definitivamente, e a hegemonia do novo pode ser o sintoma de sua decadência.