Hoje, sobretudo pelas constantes mudanças que a sociedade vem apresentando, não se pode ter uma única metodologia para se ensinar línguas, ainda mais quando nos referimos ao português brasileiro. Este, já algumas décadas, não é mais considerado um elemento monolítico e que, por ventura, deva ser ensinado apenas de uma forma única. A pouca visibilidade dada aos grupos indígenas e à comunidade surda e, por conseguinte, às suas línguas, apresentou aos linguistas, especialmente àqueles preocupados com questões de ensino, diversas questões que precisam ser refletidas: qual é a natureza dos ensinos de português como L1 e L2 e quais são seus objetivos? Qual é a relação entre o português brasileiro falado por pessoas de baixo prestígio social e o português padrão? Os livros didáticos já incorporaram uma visão heterogênea de língua ou continuam tratando o português como uma realidade única? Os professores de português estão preocupados em criar ações pedagógicas que aumentem o nível de letramento formal de seus alunos? Os órgãos oficiais de educação no nível municipal, estadual e federal criam ações para assegurar o direito de alunos indígenas, que estudam em escolas urbanas, a aprender português? Que estratégias as escolas de ensino bilíngue e, por extensão, os professores dessas escolas estão desenvolvendo para sanar as principais dificuldades enfrentadas por alunos surdos ao aprenderem português? Estas questões não são fáceis de serem respondidas. Com o intuito de contribuir com essas possíveis respostas, o livro Ensino de Língua Portuguesa na Contemporaneidade em Diferentes Perspectivas é uma coletânea de artigos desenvolvidos por pesquisadores brasileiros que se debruçaram, por meio de suas pesquisas acadêmicas, na difícil tarefa de refletir sobre o ensino de português no Brasil, a partir das novas realidades linguísticas criadas pela contemporaneidade.