De um modo geral, os mamíferos silvestres brasileiros dificilmente são vistos na natureza. Isso se deve, em especial, ao fato de terem hábitos discretos, largamente crepusculares e noturnos. Quando observados, sua identificacão é, às vezes, dificultada pela brevidade da visualização. Entretanto, durante suas várias atividades, estes animais deixam com frequência sinais típi-cos no ambiente, como pegadas, fezes, tocas e restos alimentares. Se corretamente inter-pretados, podem fornecer uma identificação segura do animal que os produziu, além de in-formações sobre sua ecologia. As pegadas são os sinais mais frequentemente encontrados e de interpretação mais confiá-vel. Além de fornecerem uma identificação precisa, muitas vezes a nível de espécie, as pega-das podem auxiliar em estudos de censos populacionais, de territorialidade, de densidades relativas, de tipos de atividade, de movimentos e até em estudos sobre predadores. Logo, o presente guia é uma ferramenta indispensável para estudantes e pesquisadores, principalmente para auxiliar na identificação de mamíferos no campo, durante estudos de ecologia e levantamentos faunísticos. Pode ser utilizado também em unidades de conserva-ção, como os Parques Nacionais, ao longo de trilhas de interpretação designadas a apontar aos visitantes as principais características da área, como tipos de rochas, espécies vegetais e animais etc. Na análise de pinturas, inscrições rupestres e em projetos de arqueologia e Pré-História, este Guia pode ser de grande utilidade, devido à presença frequente de patas e pegadas de animais.