A autobiografia de um poeta obscuro? Ou a invenção poética de uma biografia? Em photomaton & voz, oeuautoral não se distingue das alegorias, homenagens, montagens, imprecações e metáforas apocalípticas que o texto convoca. Em prosa ou em verso, ambos ritmados, vigorosos, magníficos, Herberto Helder fala da sua ilha natal, das experiências limite, das deambulações europeias, dos seus companheiros de jornada (Hölderlin, Rimbaud, alguns surrealistas, alguns beats), mas fala sempre de outra coisa. Defensor de uma ‘radicalização do discurso lírico’, o poeta contesta a realidade vista como documento, a cisão entre o interior e o exterior de uma cabeça, a legibilidade transparente. E por isso faz de cada imagem ‘a chave de outra imagem’. Editado pela primeira vez em 1979 e esgotado quase de seguida, encontramos neste livro textos biográficos, como o título deixa antever, poeticamente transfigurados por uma das mais seguras e fulgurantes vozes da poesia portuguesa de todos os tempos. "O passado, a memória, a experiência constituem esse fundo de irrealidade que, semelhante a um feixe luminoso, aclara este momento de agora, revela como ele é cheio de surpresa, como já se destina à memória e é já essa incontrolável gramática sonhadora." 5ª edição revista e aumentada.Editado pela primeira vez em 1979 e esgotado quase de seguida, encontramos neste livro textos biográficos, como o título deixa antever, poeticamente transfigurados por uma das mais seguras e fulgurantes vozes da poesia portuguesa de todos os tempos. "O passado, a memória, a experiência constituem esse fundo de irrealidade que, semelhante a um feixe luminoso, aclara este momento de agora, revela como ele é cheio de surpresa, como já se destina à memória e é já essa incontrolável gramática sonhadora." 5ª edição revista e aumentada.