A reflexão aqui realizada não é especialmente sobre o Manguebeat, como fizeram outros livros escritos antes sobre o movimento. Ela é sobre o simbolismo da música. Ao produzir sons e mensagens orais, a música se transforma em uma forma de significação que atinge os receptores e lhes transmite sentidos e mensagens ideológicas. A partir desse princípio, a música produzida pelo movimento Manguebeat foi considerada como um instrumento de simbolização, que envolve e emociona suas audiências, principalmente as juvenis. O movimento Mangue, além de ser um exemplo de exercícios de transculturalidade, uma das peculiaridades da cultura contemporânea forjada pela globalização, ofereceu à sociedade pernambucana dos anos 90 uma proposta pós-moderna traduzida em novo estilo de vida, em nova forma de encarar o mundo e as inter-relações sociais. A proposta revelou-se profundamente contracultural e este livro tenta demonstrar essa faceta do movimento.