É resultante de uma pesquisa conjunto de mestrado e doutorado em Música realizada na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, examina em detalhes uma das obras mais significativas do século XX, a Primeira Sinfonia de Câmara Op.9, composta em 1906 pelo austríaco Arnold Schoenberg (1874-1951). O estudo inicia-se com uma contextualização histórica, envolvendo não apenas o período de composição da Sinfonia, mas seus antecedentes e desdobramentos, evidenciando o papel de grande importância que possui tal obra, como ponto extremo da fronteira tonal. O núcleo do estudo compreende uma análise aprofundada das estruturas formal e harmônica da peça (abrangendo ainda a rede de correlações motívico-temáticas que formam seus conteúdos), a partir de uma estratégia metodológica original, que consiste essencialmente em um exame de tais estruturas em níveis de progressiva complexidade em um percurso espiralado, com toda a extensão da obra sendo percorrida por quatro vezes, cada uma delas mais detalhada do que a anterior. A aplicação desse método evidencia uma construção altamente complexa e funcional, com harmonia e forma perfeitamente integradas em uma organização hierarquizada precisa. Tudo isso revela uma concepção musical que nada mais é do que reflexo da própria personalidade criativa de Schoenberg: a combinação entre o novo (relacionado, no caso, às suas futuras práticas atonal e serial) e o tradicional, a partir da gloriosa linhagem austrogermânica de Bach, Mozart, Beethoven, Wagner e Brahms.