Em dezembro de 2009 o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi inesperadamente laureado com o Prêmio Nobel da Paz. Diante da contradição insuperável, pois o homenageado é o Comandante-Chefe de um país que se encontra em duas guerras de grandes proporções, Barack Obama apelou para o conceito de guerra justa, alegando que as nações poderiam, individualmente ou em conjunto, recorrer à força quando moralmente justificada. A preservação da democracia, o direito humanitário e a proliferação das armas de destruição em massa foram citados como medidas autorizadoras da guerra justa. A maior potência militar do planeta seria a protagonista solitária da segurança global, e assim todas as esperanças do fim da sangrenta era Bush morreram com o Prêmio Nobel da Paz. Nesse contexto, qual papel restaria às Nações Unidas? Qual o efeito prático da proibição da guerra pela Carta da ONU? Até que ponto o universalismo dos direitos humanos legitima uma guerra para protegê-lo? O livro busca enfrentar essas e outras questões atuais das relações internacionais.