Diante de um aumento da influência do poder econômico no cotidiano dos cidadãos, pretende-se esclarecer como estas transformações estão ocorrendo. Observa-se o aumento de interesses particulares, privados, ante uma perspectiva oriunda da coletividade. Parte dos cidadãos incomoda-se mais quando um direito exclusivamente seu, especialmente o consumidor, é ferido do que um direito que feriu a coletividade, como desvios de verbas. Este novo momento é fruto de uma transformação lenta e gradual, mas que intensificou-se por volta dos anos 80 e 90, atingindo seu ápice atualmente. O consumismo, alavancado com o supercapitalismo, avançou rapidamente. Novas identidades começaram a surgir. O cidadão agora retira seu conflito com a realidade, sua tensão com o mundo, através do consumo. Além disso, novas identidades são reconfiguradas. Novos estilos são extraídos. A cidadania, antes vinculada ao trabalho, agora pode ser vinculada aos pertences pela qual a pessoa utiliza. A cidadania baseada em um eu social e político declina. Este novo modelo é excludente, desigual, e traz consequências gravíssimas para o exercício da democracia. A cidadania está cada vez mais vinculada ao consumo nas novas identidades. Considera-se primordialmente cidadão não mais o pertencimento a um estado, ou a um trabalho, mas ao consumo. Busca-se evidenciar a cidadania política e participativa ante uma cidadania consumerista. Colocar os cidadãos como verdadeiros políticos, capazes de tomar as rédeas de seu desenvolvimento e não permitir que o economicismo afete desproporcionalmente o bem estar e os interesses políticos da comunidade.