Este livro, ao articular o particular de um caso clínico, a partir da teoria psicanalítica, coloca em cena, numa Outra cena, a trama inconsciente que leva uma mãe a manter ausente o registro paterno na certidão de nascimento do filho. Paradoxalmente, o caso revela que o filho, sem o registro paterno o que faz da mãe a única detentora dessa filiação tem uma função de suplência para ela, que sente uma solidão enorme, um vazio extremo, um gozo invasivo, não querendo mais existir. Por isso, o reconhecimento da paternidade advinda pela prova do DNA coloca em risco a sua própria existência, como confessa Maria: Ah! Se eu perder esse filho por causa do DNA!. Nesse sentido, o autor circunscreve a temática sobre a função paterna e a feminilidade em Freud e Lacan, apresentando outra dimensão da paternidade, bem como a questão do gozo feminino, uma vez que o caso clínico analisado atualiza duas questões estruturalmente enigmáticas: O que é um pai? e O que quer uma mulher?. Na verdade [...]