O início do século XXI vem testemunhando diversificadas irresignações em referência a legitimidade da ciência moderna, em um movimento já iniciado na segunda metade do século XX. Os embates epistêmicos daí decorrentes trazem para a arena conceitualizações, maneiras de construir saberes, vozes antes subalterizadas - alternativas que nos incitam a outras perspectivas no mundo complexo que compartilhamos. Procura-se elaborar propostas conjuntas, elas mesmas nem sempre assumidas da mesma maneira por todas e todos nós, ainda que compartilhemos da importância central concedida à imagem, às inúmeras representações imagéticas ou visuais que constroem nossas sociedades. O presente livro insere-se nessas não conformidades, propondo que subvertamos o produzir moderno do conhecimento, dando primazia à visualidade como potência criadora de outros modos de conhecer a justiça e, por vezes, o direito. Da mesma forma, a pesquisa propõe metodologias ainda pouco utilizadas tanto no campo jurídico quanto no educacional, procurando identificar percepções de justiça do corpo discente no decorrer de sua formação acadêmica. Baseia-se, sobretudo, em métodos de análise de imagens, questionando qual a participação do currículo nessas construções imagéticas. É ao debate sobre tais visualidades que convidamos à leitora e ao leitor para que, juntamente conosco, possam realizar seus próprios traçados e imagens da justiça.