Este livro é uma contribuição para melhor conhecimento morfológico da talha. Antonio José Faria Góis coloca em foco o modo abrangente como esta arte se preservou no acervo de templos baianos onde, no conjunto dos seus retábulos, se configura a contínua sequência evolutiva dos componentes de estilo. Trata-se, pois, de um registro desta experiência plástica singular, vivida em ambiente urbano bem delineado no qual a exaltação do sagrado se deu como extensão do núcleo administrativo, em um tempo preciso. Nesse espaço, ocorre a presença de elementos seminais do panorama luso- brasileiro da arquitetura e da talha, no qual Faria Góis inclui exemplares os mais antigos, em estilo do pós-Renascimento, que não foram todavia estudados também eles na escassa bibliografia sobre o tema. Acrescente-se que tal visão analítica, sob o prisma formal, não prescinde da caracterização do fator social condicionante do fazer artístico.