As sociedades sempre tiveram parte de suas crianças separadas de seus pais por motivos os mais variados, incluindo morte, abandono e por regras e padrões da cultura e da própria comunidade. Seu cuidado, historicamente, já foi assumido pela Igreja, pelo Estado, ou por pessoas e entidades guiadas pelo princípio da responsabilidade social. No Estado moderno, incluindo o Brasil, paralelamente a essas atuações, vem sendo produzida uma legislação visando garantir condições de guarda e desenvolvimento dessas crianças , compatíveis com seu direito de cidadãos plenos . Na prática, no entanto, ainda há um longo caminho a percorrer, sobretudo na definição de embasamentos teóricos apropriados para uma ação efetiva e adequada , e a conseqüente formação de educadores capazes de levar a bom termo o cuidado dessa parcela da população em situação de risco psicossocial. A psicoeducação - criada no Canadá na segunda metade do século XX e apoiada em um modelo que prioriza a pesquisa - surgiu como uma alternativa nesse contexto , dotada de princípios e de um método de atuação que a capacita a atingir os objetivos das intervenções . Este livro , preparado pela Dra. Marina Rezende Bazon, descreva os fundamentos da psicoeducação , bem como uma experiência rica e muito bem sucedida de sua aplicação em uma instituição em Ribeirão Preto , no Estado de São Paulo. Esse exemplo traz , assim os elementos necessários para estudos de um modelo de cuidado e de intervenção gerado em outro país , mas capaz de, adaptado, produzir resultados positivos, alterando uma realidade por vezes muito adversa.