“Mas não é possível, porque meu medo é outro, não é pulcro e muito menos redimível, é outro, outro, é como se a polícia tivesse atravessado todas as fachadas, e seus escudos transparentes tivessem se enfiado dentro da minha boca. Como se as forças especiais da polícia corressem diretamente sobre mim e me lançassem de maneira sincrônica mil bombas de gás lacrimogênio que me cegassem. Como se um dos quadros do choque, um policial imenso, disparasse uma bala de borracha no meu olho. Mas agora, neste preciso minuto, no cubículo que me cabe, abaixo a calcinha como se eu fosse uma formiga incansável. Abaixo com medo. Um medo bastante imbecil. Não sei de quê.”“Mas não é possível, porque meu medo é outro, não é pulcro e muito menos redimível, é outro, outro, é como se a polícia tivesse atravessado todas as fachadas, e seus escudos transparentes tivessem se enfiado dentro da minha boca.