Em seu processo de devir histórico e social, a biblioteconomia tem assumido diferentes feições, que levaram à incorporação de novos objetivos e novas competências. Dois grandes marcos histórios são o advento, na década de 1930, da documentação, e, nos anos de 1960, o conceito mais abrangente de ciência da informação. Ambas as mudanças foram marcadas pela necessidade de ampliar o terreno de ação da bibliografia, de modo a que fosse tratada com a devida atenção toda a crescente gama de documentos que começavam a proliferar, na esteira dos grandes avanços científicos do século XIX, particularmente os artigos científicos. Hoje em dia, em nova virada histórica, a questão do suporte da informação deixa de ser dominante. Livro, folheto, artigo de periódico, tese, manuscrito, ou o que seja, tendem a perder o grau de centralidade que ocupavam no cotidiano dos profissionais da informação. Para estes e, principalmente, para os usuários, a multiplicidade de suportes e o crescimento incessante da produção de informações, mais o advento da tecnologia da informação e da internet, fizeram com que se tornasse ainda mais premente a criação de meios que permitissem, de modo privilegiado, a identificação precisa dos conteúdos dos suportes, inclusive imateriais, onde se registram os resultados de pesquisas e todas as criações do labor humano. Por isso, se diz hoje "organização da informação". Não é pequena, portanto, a responsabilidade que recai sobre todos os que atuam no campo da informação. Exige-se deles não apenas o aperfeiçoamento de técnicas antigas, de modo a ajustá-las às novas exigências da tecnologia, mas também a descoberta de novos caminhos que permitam a todos e a cada usuário ter acesso rápido e eficiente às informações de que precisam. Esta coletânea reúne oito textos que proporcionam ao leitor uma visão crítica das questões ligadas ao armazenamento e recuperação de informações, de algumas das soluções adotadas para essas questões, e também de alguns caminhos abertos para a pesquisa nessa área. Sete desses trabalhos foram escritos por professores da Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais e um por pesquisador do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT).