Como conheci uma jovem milenar Anos atrás fui apresentada a uma peça de teatro chamada Aqui, de uma dramaturga do Sul do país. Era Martina Sohn Fischer, a poeta deste livro que você acaba de colocar entre as mãos. Li o texto teatral atravessada por imagens de uma beleza terrível e digo isso porque elas me deslocavam de uma humanidade focada no antropoceno para um lugar onde a voz busca um corpo para habitar. Aquela obra se constituía como a possibilidade real de experimentarmos algo muito além das emoções mapeáveis que somos condicionades a sentir. Uma percepção extraordinária do mundo ao seu redor, como se fosse possível reinventar, renomear tudo porque o olhar te convidava a ver além. A vida é forte e quis o tempo que nos aproximássemos. Amei primeiro a obra, depois a autora. Escrevo aqui como quem ama, mas também como quem lê esta obra que você acaba de tocar e te aconselho a levá-la para casa. Antecipo que se trata de um caminho sem volta, ler Martina é ter a própria (...)