O livro é a partilha de uma "experiência etnográfica", por meio de uma viagem que vai de Manaus ao médio Juruá, e sobe este Rio navegando em suas curvas. Uma viagem não só pelo espaço físico e pelo espaço das relações sociais, como também pelo tempo, onde são identificados elementos do passado reorganizados e ressignificados pelo presente, que nos leva a compreensão das articulações que conformam as perspectivas futuras na região. No primeiro capítulo, a autora faz um resgate histórico dos processos econômicos, sociais e políticos vividos na região por meio de algumas narrativas como exercício da memória revisitada. No segundo capítulo, há um resgate do movimento dos seringueiros e extrativistas nas calhas dos rios Juruá e Jutaí, no estado do Amazonas. No quarto capítulo, é apresentado um olhar sobre as diferentes configurações que o estado assumiu, e assume hoje, a partir das dinâmicas sociais locais, regionais e nacionais, e de suas transfigurações com a emergência da questão ambiental e dos novos movimentos sociais, com destaque para o movimento dos seringueiros na região. Por fim, a autora faz uma análise da mudança de rumo existente nas políticas de reforma agrária conduzidas pelo INCRA no estado do Amazonas, a partir da organização do movimento dos seringueiros, extrativistas e ribeirinhos.