A família, tema central desta coletânea, com suas novas configurações e seus novos e velhos problemas, tem sido o foco das políticas públicas em saúde, como também das práticas psicológicas clínicas e sociais. Ao contrário das famílias anteriores ao século XVIII, a família da atualidade rompe a associação estabelecida entre conjugalidade e parentalidade, deixando esta última de ser o principal objetivo na constituição de uma família. O processo evolutivo das sociedades contemporâneas, caracterizado por maior mobilidade entre as classes sociais, pelo progresso das tecnologias, bem como pela presença de referências simbólicas efêmeras, tem modificado as relações entre homens e mulheres, construindo arranjos familiares em que a tradicional estrutura da família ou as funções parentais tradicionais já não são unívocas. Partindo de dados e reflexões sobre essas questões que implicam a saúde e as disfuncionalidades da família, esta obra traz sua contribuição aos profissionais das diversas áreas que trabalham com os variados arranjos considerados família, que, na pós-modernidade, ainda podemos arriscar dizer ser um valor difícil de ser prescindido. Os capítulos deste livro repercutem os estudos teóricos e práticos, bem como as pesquisas realizadas por um grupo de docentes e alunos do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGP), nível Mestrado, e do Curso de Psicologia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Decorrentes de produtos de disciplinas nas linhas de pesquisas Psicologia e Saúde e Psicologia e Família, os estudos se embasaram nos pontos de vista da teoria familiar sistêmica e da teoria psicanalítica.