Com prefácio assinado pelo professor de teoria literária da Unicamp, Alcir Pécora, Fluxo-Floema marcou a estréia de Hilda Hilst na ficção. Antes dele, a escritora havia produzido poesias e peças de teatro intensivamente. A edição contém cinco textos que se diferenciam de qualquer gênero tradicional de prosa, uma vez que quase não há narrativa neles. Essa característica é freqüente em todos os textos de Fluxo-Floema, proliferando personagens e diálogos em cenas absurdas, eruditas e escatológicas, que se articulam na consciência e na razão. A escrita com ritmo apressado fornece a impressão de ser fácil, mas é justamente o contrário. Hilda Hilst envereda pela metafísica e pela metalinguagem e, apesar de a autora ser conhecida, sua produção literária ainda não foi suficientemente lida ou estudada por ser difícil, inteligente e de um potencial criativo sem comparação.