O segundo volume da História do Estruturalismo, O canto do Cisne, de 1966 aos nossos dias,enfoca a reinvenção e a desconstrução do estruturalismo. O ápice do movimento se deu em 1966, pois são publicados ao mesmo tempo Les Mots et les Choses de Foucault, Ecrits de Lacan e Critique et vérité de Barthes, culminando com a insurreição estudantil de 1968. Se a ênfase do primeiro volume tinha sido mais a dimensão epistemológica do estruturalismo, neste segundo volume a perspectiva ideológica ganha realce. Batidos pela crítica à excessiva estruturalização, pela exclusão quase absoluta do homem, tornado fragmento impotente da fria malha estrutural, da plena desistorização, os intelectuais inseridos no movimento reavaliam suas posições, propondo novas abordagens que transitariam da preservação do essencial do estruturalismo à sua total negação, em que se destacam Kristeva,Todorov, Chomsky, Derrida, Bourdieu e tantos outros, que pouco a pouco repõem a estrutura, um conjunto operacional de significação indefinida, na história, anunciando a revanche do sentido. Revelar os impasses do estruturalismo, diz Dosse, não significa em absoluto a simples volta ao que era antes, à época dourada do Iluminismo, mas, ao contrário, um passo adiante rumo ao futuro, o da constituição de um humanismo histórico.