Um homem negro que trabalha como vendedor ambulante nos trens da cidade sai de casa para trabalhar, e não retorna. Enquanto sua mulher se vê às voltas com duas crianças pequenas e com as buscas na delegacia para encontrar o marido, a vida do ambulante segue dentro do trem, vagão a vagão, com histórias e aventuras com os passageiros e outros vendedores. Dentro e fora do trem, Museu dos Errantes apresenta visões diferentes de tempo e de espaço, que ora se alongam, ora se contraem. O fio condutor do romance é a própria viagem, que se dá a partir do ramal de trem de Serzedelo, que conecta o centro às periferias. Cada capítulo do livro tem o nome de uma estação de trem, de forma que ao final do romance o leitor terá percorrido, assim como os personagens, todo o trajeto que o trem realiza. Salpicado por discussões sobre racismo, machismo e gordofobia, o que está em discussão o tempo inteiro é a própria cidade: o que ela é, como é construída, como as pessoas circulam e quem usufrui de (...)