Este livro é uma epopeia poética de 138 parábolas que nos alerta sobre algo inevitável de nossa condição: todos temos um crisântemo fincado no peito, imposto pela banalidade da vida que nos sitia, o poderoso nada de que são feitos os homens comuns, que ditam o costume, não a história; geram os vícios, não a arte; erguem os muros e nada sabem das portas secretas. Que lucidez sobrevive ao Campari com Ki Suco e à telenovela das seis? Entretanto, é preciso resistir aos reclames e às sugestões da vulgaridade. Marcio Dal Rio faz isso com rigor estético, repelindo os crisântemos e impondo uma linguagem de fragmentos densos, machucados, imperiosos na sua modernidade.