Dois meninos, não, dois adolescentes. Segundo eles mesmos, dois homens de 16. Amigos compulsórios, que a sorte reuniu quando um veio fazer intercâmbio na casa do outro. O um é Jeremy, que nasceu na África do Sul, mas há dois anos mudou-se para Londres, onde os pais foram trabalhar. Veio passar um ano no Brasil, mais exatamente em Minas Gerais, e caiu, por essas coisas do destino, na casa do Bruno. Bruno, o outro, nasceu e cresceu em Belo Horizonte. Sua experiência internacional se resume a uma ida de dez dias à Disney, patrocinada pela madrinha rica e generosa. Até a chegada do Jeremy, ele não sabia a diferença entre África do Sul e sul da África. A chegada daquele menino loirinho de olhos transparentes representou mais uma revelação cultural para ele, que descobriu que na África nasciam e viviam pessoas brancas. Depois, ele viria a aprender sobre coisas mais graves, preconceitos, apartheid, mas isso fica para depois. Tem muita coisa para acontecer antes disso. Como a ida dos dois para a Fazenda da Caieira. São muitas as histórias que acontecerão dentro de um cenário histórico; a Fazenda da Caieira. O livro é sobre esses dois meninos, sua formação e o modo como a Inconfidência Mineira conspirou a favor do amadurecimento deles. O modo como as paredes de uma casa de quase 400 anos testemunharam mais um fato histórico - o princípio de uma revolução pessoal que viria a culminar, mais tarde, com um grito de independência. Uma história dentro da outra. Personagens do passado se confundindo com personagens do presente. E, durante todo o tempo, o olhar eletrônico de uma câmera digital que produz, quase por acaso, um documentário.