O fotógrafo italiano Vincenzo Pastore atuou em São Paulo de 1899 a 1918. Nesse período, sobreviveu e ganhou dinheiro com retratos comerciais produzidos em estúdio ao mesmo tempo que se interessava pelo registro do espaço urbano e de seus personagens. Dividia-se, portanto, entre dois mundos: o ateliê, no qual diferentes grupos se apropriavam cada vez mais da fotografia como forma de representação social, e a cidade em intensa transformação, habitada por homens e mulheres egressos da escravidão ou, como ele próprio, estrangeiros que imigravam em busca de uma vida melhor. O percurso trilhado pelo fotógrafo se entrelaça com o de suas imagens - grande parte delas reproduzida neste livro - numa investigação que, segundo Paulo César Garcez Marins (Museu Paulista-USP), "apresenta a produção de Pastore como parte de uma inovadora história social do fazer fotográfico, tratando das relações da fotografia com as experiências sociais urbanas".