O não-tão-doce-assim gosto de (des)amor ainda está fresco em nossas sinapses, todas as suas belas juras de amor, misturados com uma desilusão quase que repentina, agressiva e inesperada. Dois dedos é muito além disso, este livro é a ressaca do amor desmedido, do sonho talvez perdido, dos beijos envelhecidos. Uma elegante desesperança talha esta obra com um requinte de delírio, que tão necessário é para se fazer literatura. Por dentre essas páginas a confusão ira reinar e não há leitor preparado para sentir de forma fidedigna o sentimento intenso e lancinante que cada simbologia lhe trará. Não há dramaturgia aqui, não há tempo para máscaras, nem para planejamentos, por cada verso se sente a última gota de whisky e a última grama de um comprimido que lhe fará desacordado. Essa leitura irá roubar seu último beijo, e você ficará sedento sem saber onde procurar.