“Uma sátira engraçada e sensual.” Independent on Sunday A SERVIÇO DO POVO é uma provocante sátira ao regime de Mao Tsé-Tung. O escritor Yan Lianke conta a história de um casal de amantes que descobre que pequenos atos de rebeldia, como quebrar estátuas de Mao, aumentam o apetite sexual do casal. Rotulado como obra pornográfica, o livro de Yan Lianke foi banido na China: “que não se distribua, faça circular, comente, copie trechos ou resuma...”, diz um trecho do decreto de proibição pelo governo chinês.Apesar de ter sido censurada, a obra ganhou forte repercussão em fóruns da internet, o que chamou a atenção de editores de todo o mundo. Os direitos do livro foram vendidos para mais de 15 países, entre eles Estados Unidos, Alemanha, Itália , Japão, e há diversas produtoras de cinema interessadas nas obras de Lianke.Wu Dawang é o exemplo do soldado revolucionário. Aos 28 anos, é capaz de recitar, sem esquecer uma única palavra, os clássicos da Revolução Cultural. A destreza se estende também aos domínios da cozinha, onde consegue, em menos de trinta minutos, descascar legumes e preparar uma suculenta refeição de quatro pratos e uma sopa. Ao observar o engajamento do militar, o Partido aloca Wu Dawang como ordenança e cozinheiro particular do coronel do regimento. Mas o rapaz chama a atenção da jovem e entediada Liu Lian, esposa do coronel, que fica à janela observando Wu Dawang cultivar a horta da residência.Wu Dawang e Liu Lian tornam-se amantes, e passam os dias trancados na casa. O casal descobre que quebrar estátuas do Grande Timoneiro é ótimo para aumentar o apetite sexual. Rasgar páginas do Pequeno Livro Vermelho e rabiscar imagens de Mao Tsé-tung também se mostra um poderoso afrodisíaco.De uma hora para outra, Wu Dawang e Liu Lian se vêem envolvidos em uma divertida brincadeira, uma deliciosa (porém perigosa) competição na qual cada um tenta provar ser mais contra-revolucionário que o outro. Yan Lianke apresenta, de maneira hilariante, um romance inesquecível, que esmaga (com a delicadeza de um rolo compressor), os tabus do exército chinês, da Revolução Cultural e da hipocrisia do partido comunista.