O busto de bronze de Tia Anita jaz inerte e lustroso no jardim de entrada do Convento das Carmelitas Descalças para todos que visitam o local na pequena Tremembé, cidade do interior de São Paulo, no Vale do Paraíba. Mas, para alguns poucos, o busto de Tia Anita é mais que o bronze que o formata. Para os que entendem que passado, presente e futuro são apenas tempos verbais, como faz pensar o autor, o busto de Tia Anita escreve cartas, conversa com seu sobrinho Décio Patto, conta histórias, pede ao Timbé - que também já bateu as botas há tempos - que entregue sua correspondência e sorri, sorri com aquele sorriso de quem sabe que a morte é a maior mentira da vida. Com uma linguagem moderna e coloquial, Fernando domina o tempo levando o leitor à Tremembé da sua infância na década de 60, à Tremembé dos seus fundadores, lá pelos idos de 1658 e a Tremembé de 2004, ano em que se passa a ação principal dessa história cheia de nomes verdadeiros representando os fictícios personagens da trama que mistura de forma muito bem dosada a ficção e a realidade sem deixar que o leitor perceba o que é o quê. O Busto de Bronze de Tia Anita é um livro para você ler num só fôlego. É impossível deixar algum capítulo para depois. Os Editores.