É preciso ruminar a si mesmo como quem morre e nasce. É preciso compreender que, na rumina da vida, geramos sempre alguma coisa no outro, no mundo. Assim, é preciso também entender a necessidade da poesia em ser ruminada, e este livro de Natália Luna é um preci(o)so convite para tais reflexões. Quando for ler, abra-se antes; se já o leu, continue assim, porque as palavras escritas não se fecham, não terminam, ecoam como alimento do cotidiano. Este, em troca, também nos nutre e ruminou Luna em sua obra, como mulher satélite refletindo seus versos do norte ao sul de si, do imenso ao pequeno e vice-versa. E vale lembrar: nada aqui é por acaso, pois O mundo não dá à volta em torno de qualquer aleatoriedade, apesar de A gente te[r] o céu cheio de aleatoriedades. Nessa perspectiva, a estética de Natália, entre o não dito, é luna de face profunda e rumina um pouco de nós no muito de cada dia. À vista disso, ao ler os poemas a seguir, desejo que vivencie a experiência ampla dos (...)