A imagem de Ozualdo Candeias como autêntico primitivo, desde o lançamento de seu A margem (1967), comprometeu o reconhecimento da densidade histórica e formal de sua obra. Este livro apresenta um estudo detalhado, envolvendo pesquisa documental, análise fílmica e a abordagem das assincronias entre imagens e sons, entendendo sua filmografia para além da historiografia tradicional. Sob os ecos do regime militar, são enfatizados três temas transversais: a perambulação, o silêncio e o erotismo – incluindo as atuações do cineasta junto ao Seminário de Cinema do MASP e como fotógrafo da Boca do Lixo.