Foi embrenhando-me na teia de representações que integra a vida da mulher-professora primária e de como essas representações se expressam nas práticas e ações cotidianas no interior da escola, que pude elucidar e tecer algumas análises sobre o magistério primário e aquelas que o fazem cotidianamente. Por intermédio do cotidiano escolar, com sua dimensão simbólica, rituais, enigmas, paradoxos, ambigüidades... e pela história de vida das professoras pesquisadas pude visualizar o entrelaçamento entre as questões de gênero, de classe e afetivas presentes na "opção" pelo magistério primário e a relação existente entre a escolha profissional e a criança, bem como a insatisfação e, paradoxalmente, a permanência nessa profissão. Afora a "opção" pelo magistério e o Curso que as transformaram em professoras, outros aspectos significativos e atuantes no dia-a-dia escolar foram analisados, tais como: o valor que a professora primária atribui a seu trabalho e a sua relação com o dinheiro; os significados que se entrelaçam na teia do encontro da tríade mulher-mãe-professora; o modo como as professoras encaram a ausência do homem no magistério primário e o que é ser professora primária para ela.