Este livro fala do prazer. Não do prazer que traz a satisfação genuína, mas das mutações dele em tempos sombrios que mutilam a personalidade. O fio que conduz os capítulos é o controle social sobre as paixões num momento histórico em que a vida passou a ser guiada pela razão como instrumento da eficiência, rapidez, produtividade e lucro. O retrato terrível do homem plasmado nessas condições sócio-históricas seria assustador, não tivesse se tornado familiar: "um homem sem culpa e sem compaixão, apático e feliz como um torturador, frio como um assassino, contido como um cientista, eficiente como uma máquina". Eis o homem econômico moderno.