É no jogo de ofensivas e conciliações que questionamos as contribuições à humanidade das organizações sindicais e políticas dos trabalhadores, que lutam para chegar aos governos de seus países, na atualidade, e não se dispõem a extinguir a mais-valia, juntamente com a valorização do valor, nem tampouco a se desfazer do Estado capitalista para organizarem, em seu lugar, associações de produtores livres. Deveriam, em vez de fortalecer o sistema parlamentar representativo na política, questionar se ele já não estaria superado. Em vez de induzirem as massas a sustentar as velhas formas, poderiam investir na busca de novas formas participativas que, acima de tudo, tenham a dimensão ética e a capacidade de superar também o caráter cínico do homem da mercadoria, convertendo o comportamento humano em um novo referencial social. Devemos pensar nisso, porque a revolução da eletrônica, da robótica e da informática já possibilita a informação chegar, em tempo real, a qualquer parte do mundo, e, enquanto parte das forças produtivas e da superestrutura do capitalismo, devem servir, nas mãos dos trabalhadores, para intensificar cada vez mais a participação política no processo de transição socialista.