Neste seu livro, Pedro Salgueiro demonstra bem a artesania que caracteriza toda a sua obra: um cuidado pelas minúcias, a busca exata da palavra que faz o texto mais incisivo. Os temas circulam entre reviravoltas de vida, pessoas que retornam ou fogem, repetindo situações de trauma ou desencontro. Há muitas versões subjacentes em cada uma dessas histórias, e não à toa o cortejo dos meninos, que atravessa o livro, inspira um tom clássico. É o sertão milenar e encantado que experimentamos aqui; é a viagem ancestral que fazemos, encontrando as nossas próprias dores, os nossos particulares demônios. – Tércia Montenegro