A história de sua vida carrega a tragédia do sistema político da China Comunista. Um homem extremamente complexo, difícil de definir e mais ainda de entender sem a total analise das dificuldades que assolaram seu país, trocou sua humanidade pela completa dedicação ao regime que o destruiu. Premiê da República da China, de 1949 até sua morte, em 1976, Zhou En-lai é um dos maiores mitos da recente história política chinesa.Em Zhou Enlai: O último revolucionário perfeito, Gao Wenqian constrói o primeiro retrato humano do primeiro-ministro. E dá a ele o crédito por ter atenuado o impacto das medidas de Mao, protegido um considerável número de pessoas, mantido o progresso do país, tentado restaurar a economia e promovido importantes avanços nas relações exteriores. Deixa claro que sem seu apoio, Mao não teria conseguido manter o poder por tanto tempo. Wenqian percorreu um longo caminho para ver seu trabalho publicado. Filho de um contrarrevolucionário, viveu como um excluído político — sem nenhum, direito, como freqüentar a universidade, servir o exército e viver em cidades. Mas se tornou pesquisador e escritor da secreta agência central de pesquisa para documentação do Partido Comunista Chinês, onde teve acesso a arquivos ainda não abertos ao público. E à incrível trajetória de Zhou.Aqui, ele mostra com a incrível habilidade em adaptar-se aos humores inconstantes de Mao lhe permitiu sobreviver à Revolução Cultural relativamente ileso. Embora dotado de inteligência e resistência física como outros líderes revolucionários, Zhou era singular em sua capacidade de tolerar a desonra em busca de objetivos a longo prazo. A tragédia foi ele não ter seguido algo maior que a lealdade a Mao. O mais flexível dos chineses aplicou aqui toda sua rigidez.Zhou Enlai: O último revolucionário perfeito traz uma enorme contribuição para se entender um dos economicamente mais pungentes países da atualidade. Um raio-x detalhado dos bastidores da Revolução Cultural pelos olhos de um de seus principais ativistas. Compreendê-lo significa ter uma visão privilegiada de um capítulo decisivo da história do século XX.