A incorporação do negro livre à sociedade que surgiu da Abolição produziu um fenômeno central da cultura brasileira: a fratura do universo religioso dos escravos e a assimilação de seus elementos pela tradição cristã. O resultado não foi a africanização do cristianismo nos trópicos, mas a cristianização das religiões africanas, que só assim puderam ser aceitas num ambiente dominado por uma elite que se pretendia européia. Em A Morte Branca do Feiticeiro Negro, as relações entre cultura e classes sociais no Brasil são analisadas pela inteligência viva e sensível de um dos nossos maiores intelectuais.