A hipótese que origina o livro é a de que a Retórica de Aristóteles, relida fenomenologicamente, pode nos ajudar no enfrentamento dos desafios político-pedagógicos deste século 21. Um mantra perpassa o texto: “todo discurso é discurso sobre certo assunto, dirigido a determinado público, em dada circunstância e por determinado orador, capaz de mobilizar certo repertório para a consumação de certos propósitos”. Responde pelo “esquecimento” enfatizado no título sobretudo a histórica identificação dos propósitos retóricos com o exercício da persuasão. Redescoberto o papel essencial do discurso na estruturação da existência cotidiana, a retórica multiplica decisivamente seus fins. Reconfigura-se como arte da produção convincente de sentido, sendo nesse sentido que pode nos ajudar na lida com a tagarelice em rede que assola o atual espaço público de discussão.