Obra-prima do regionalismo mineiro, Chapadão do Bugre (Editora José Olympio) descreve uma paisagem marcada pela violência de disputas, vinganças e paixões. Mário Palmério, também autor de Vila dos Confins, traz a história de José de Arimatéia, um cavaleiro solitário e taciturno, que abriga no silencia e no mistério de seu mundo interior uma paixão Narrado em terceira pessoa, Chapadão do Bugre foi inspirado em uma terrível chacina acontecida numa pequena cidade do interior de Minhas Gerias nos primeiros anos do século passado, culminando no assassinato do coronel Neca Medeiros.Para o crítico João H. Weber, Chapadão do Bugre representa o fim do império dos jagunços e coronéis: "Uma força estranha e impiedosa, representada pelo capitão Eucaristo Rosa, se abate sobre o sertão, destruindo tanto os coronéis e suas práticas políticas clientelísticas como o jagunço José de Arimatéia, sem que ninguém (...) possa chegar a entender as normas do novo mundo que se estabelecia no sertão. Apenas Camurça, a mula de José de Arimatéia, percebe, à hora da morte, a realidade. E o faz do ponto de vista dos marginais e oprimidos do sertão. Mas é tarde e a destruição é inexorável". Publicado pela primeira vez em 1965, Chapadão do Bugre, de Mário Palmério, atualmente na 12ª edição, é hoje reconhecido como um dos grandes romances brasileiros do século XX.