Esse trabalho apresenta as tensões e conflitos presentes nas práticas da equipe do transplante no Serviço de Transplante Hepático do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Percebe-se que, mesmo com o desenvolvimento das tecnologias de imagem no campo médico, ainda há tensão entre a objetividade e a subjetividade, entre a certeza e a incerteza, entre o saber e o ver. Os processos de intervenção e cuidados são regidos pelo trabalho coletivo, institucional, cooperativo, mas com diferentes graus de tensão entre o saber e o fazer. A relação médico-paciente, por sua vez, funda-se na tensão entre o saber e o sentir, pois na prática médica o inesperado, o imprevisível, o incontrolável são características do atendimento. Sendo assim, é na e pela relação com o outro que a equipe de transplante hepático desenvolve a totalidade de suas capacidades e constitui seu habitus médico e o habitus da enfermagem.