O livro 'Em Busca do Borogodó Perdido' reúne algumas das suas melhores crônicas de Joaquim Ferreira implacavelmente reescritas para este volume. Insinuante original o texto traça uma impagável crônica de costumes em que o autor confessa pânicos modernos e se assusta com o balé dos novos ritos quando as festas reúnem celebridades transformando-se em bolhas de notícias - e assim pelo olhar atento também nos ajuda a compreender o que nem sempre é autêntico borogodó. Neste exemplar que é uma receita de quem entende a alma do negócio cada palavra é medida as vírgulas se reviram e enquanto o coração da alcachofra cozinha a gente vai percebendo sutilmente onde afinal se escondeu o borogodó - e porque precisamos sair correndo atrás ainda que seja tarde. Em sua busca proustiana o repórter que nasceu no subúrbio carioca recupera magias que o tempo apagou - mas sem nostalgia isso nunca; para Joaquim saudade é só um pedacinho de confete. Freud encucava sobre onde as mulheres colocavam o desejo, o Joaquim quer saber apenas onde elas vão colocar o borogodó. Pois é. A palavra pode parecer antiga ao ser sussurada assim, no ouvido da gata, mas acreditamos que a moça da capa tenha. Aquele umbigo, aquele piercing – não serão estes alguns dos redemoinhos sensuais, onde o borogodó se esconde?