Ponto de contato entre um "novo espírito científico" e um "novo espírito literário", a obra de Gaston Bachelard se constitui como proposta de uma estética concreta que divide filósofos e poetas pelo estudo da filiação simbólica dominante em suas obras, conforme a ligação a um dos quatro elementos: água, terra, fogo e ar. Neste ensaio a autora destaca a originalidade de Bachelard, que atravessa campos diversos - epistemologia, psicologia, poética, ciência - estabelecendo alianças insuspeitadas e rejeitando a especialização da "filosofia dos filósofos". Com a investigação do código do onírico, seu pensamento estético anuncia não apenas uma fenomenologia da imagem, mas uma ontologia da imaginação.