Em agosto de 2011, casado há 4 meses, o narrador de "Divórcio" encontra acidentalmente o diário da esposa em que, entre outras coisas, ela escreve: "O Ricardo é patético, qualquer criança teria vergonha de ter um pai desse. Casei com um homem que não viveu.". "Depois de quatro dias sem dormir, achei que tivesse morrido", o narrador, Ricardo Lísias, desabafa. A partir de então, descreve o que chama de "seu desmoronamento" e a tentativa de compreender o que ocorreu. Mas nem sempre é possível explicar friamente, dar ordem aos sentimentos conflitantes, à dor e à obsessão, ao desejo de esquecer. É isso o que torna "Divórcio" um romance sem paralelos. Num fluxo emocionante, numa reconstrução ficcional da memória, o autor ultrapassa os limites da autoficção e alcança um novo terreno, em que a literatura - a literatura combativa, desafiadora - tem a última palavra.